Groenlândia — Mar à Vista

O embarque em Bremerhaven, um dos maiores portos da Europa, às margens do Rio Weser, traz curiosa excitação.

Bremerhaven – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

De Bremen para este porto o trem leva 34 minutos cravados. No trem, e por todo lado, um universo de gente de todas as cores, tipos e etnias. Esta diversidade recente enriquece, traz vantagens para todos.

Aqui em Bremerhaven o Atlantic Hotel Sail City, à beira-mar, nos recebe com água de hortelã e maçãs. A sauna, toda de vidro, tem a forma de um barco e as duchas bem fortes, revigoradoras.

Bremerhaven – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

Bremerhaven, com 110 mil habitantes, limpíssima, agradável é, essencialmente, cosmopolita. Os belos e modernos edifícios —como o centro de conferências em forma de zepelim e o hotel — acentuam o contraste entre a tradição do museu e a história intrigante de navios antigos.

Um barco a vapor, pesadão — DE Wal, 1937-1990 — uma relíquia-navegante satisfaz o desejo dos saudosistas lançando-se ao mar, de vez em quando, com uma tripulação de voluntários:

DE Wal, Bremerhaven – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

Tudo cuidadosamente restaurado.

DE Wal, Bremerhaven – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

Um submarino-veterano nos faz surpresa.

U-Boot Wilhelm-Bauer, Bremerhaven – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

Finalmente, uma van nos leva ao MS Albatros, da Phoenix. É o ponto inicial para a Groenlândia:

albatros
MS Albatros – Copyright© Phoenixreisen

A partir daqui tudo é novo, principalmente, se nos tornamos disponíveis para mais uma primeira vez!

 

Bremen — Alemanha

Nos arredores de Bremen visitamos o Moor — são pântanos como na Irlanda. No séc. XVIII eram fazendas de onde se extraia a turfa usada para aquecimento e combustível. O trabalho era feito pelas famílias, inclusive pela criançada. Atualmente o Moor é um parque enorme, belíssimo:

Teufelsmoor, Bremen – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

Antigamente a turfa, depois de retirada, era cortada como em um tabuleiro, seca e transportada por barcos, como este no museu, para as cidades vizinhas.

Teufelsmoor, Bremen – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

Esta reserva muito bem conservada é um habitat de pássaros, insetos e plantas. Um metro de terra preta leva mil anos para se decompor e se compactar; daí pode-se avaliar a preciosidade desses torrões de humus, hoje usados nos jardins. Está explicada a magnificência dos Gärten em toda a Alemanha.

Teufelsmoor, Bremen – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

Há locais em que a turfa compactada alcança 4 metros; assim, é um trabalho incessante de 4 mil anos! É algo em que não se acredita, a não ser com os olhos de São Tomé.

Bremen oferece uma cozinha saborosa e exótica de quase todos os cantos. Os queijos da região são inigualáveis. Os jardins de toda a Alemanha parecem ter nascido aqui no Rhododendron-Park:

Bremen – Copyright©2008 Rainer Brockerhoff

Os cemitérios são canteiros de todas as cores, árvores seculares e esculturas tocantes:

Bremen – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

À noitinha, um delicioso gulasch de veado no Zur Schleuse, restaurante coberto com o tradicional sapê, às margens do rio Wümme.

Bremen – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

Rumo à Groenlândia

A aventura para cruzar o círculo polar ártico começa com o gosto bom do vinho do Porto em Lisboa. Daqui, o vôo para Bremen, ao norte da Alemanha. A cada vez, a cidade dos músicos — burro, cão, gato e galo — é mais agradável. O ícone de Bremen é a figura destes personagens…

Foto: Bremenlotsen

…retratados pelos Irmãos Grimm: esses bichos trabalhavam duramente e, para escapar do patrão cruel, fogem da fazenda para cantar na cidade. Entre muitas aventuras, se empilham para afugentar ladrões com zurros, latidos, miados e cacarejos. Haja ouvidos! Este folclore já rendeu filmes, peças, anedotas, musicais, desenhos e muito humor:

Desenho – Johann Mayr
Em tradução livre, nas hierarquias os maiores asnos ficam no topo!

Na entrada de uma livraria, um estímulo…

Bremen, Alemanha – Copyright©2008 Rainer Brockerhoff

Há sinais de habitantes nesta região, às margens do Rio Weser, desde o ano 12 mil a.C.; as muralhas da cidade datam de 1032. Daí o estilo arquitetônico belíssimo:

Bremen, Alemanha – Copyright©2008 Rainer Brockerhoff

…a rica cultura pululando nas fontes:

Bremen, Alemanha – Copyright©2013 Rainer Brockerhoff

…nas ruelas:

Bremen, Alemanha – Copyright©2013 Rainer Brockerhoff

…nas praças:

Bremen, Alemanha – Copyright©2008 Rainer Brockerhoff

Ao lado do nosso Swissôtel, bem localizado na cidade antiga, o Loriot Park e o romântico moinho:

Bremen, Alemanha – Copyright©2016 Rainer Brockerhoff

A boa sensação é a de tudo ter ficado para trás… é a leveza da ausência de rotina, de pessoas e de ambientes conhecidos.