O vento vira tudo é o primeiro sinal do redemoinho.
Cai água pesada ousada em fios grossos limpos entupindo a razão a boca — e terra — de lobos.
Um mar fora de lugar. A corrente luta perde a disputa para os restos humanos nas ruas.
Todos os anos a selva urbana é surda tirana a cada verão enchentes pânico perdas.
Longe bem longe a chuva é um presente brinca em rodopios enche cisternas alimenta os rios dá frescor à terra ardente deixa o outono lavado dentro e fora da gente.
Fica o terreiro inchado ansioso por nova semeadura…
Em Belo Horizonte, a primeira casa do Galo foi em Lourdes — 1929 a 1968 — onde agora é o Diamond Mall. Hoje o Atlético Mineiro está na Arena MRV, bairro Califórnia, com 185 mil m2 de área construída, em terreno doado por Rubens Menin. O primeiro grupo do Clube dos 113 do Instituto Galo fez o tour pelo estádio.
O grande Bernardo Farkasvölgyi dispensa apresentação: é a arquitetura transformada em arte. O arquiteto e equipe visitaram mais de 20 estádios no Brasil e Europa para trazer mais tecnologia, segurança e conforto aos torcedores e jogadores.
Conseguiram admiravelmente: é possível evacuar a Arena MRV em até 8 minutos; não há pontos cegos, garantindo a visão do campo para todos, incluindo os portadores de deficiência. O acesso às arquibancadas superiores é pelas rampas inclinadas a 5%. As cadeiras são multicoloridas, resistentes e confortáveis:
Mais: o acesso dos torcedores visitantes ao estádio será por uma passarela direta para evitar contato com a torcida da casa. Excelente ideia é o setor sem cadeiras atrás de um dos gols: comporta 2800 torcedores para reviver a incrível Geral do Mineirão — esta, inspirada na Muralha Amarela do Westfalenstadium de Dortmund, Alemanha, onde os torcedores, também em pé, pressionam o time contrário.
O gramado é da espécie bermudas, Cynodon dactylon, indicada para climas quentes. Um moderno sistema de drenagem e irrigação automática lhe garante a saúde.
O isolamento acústico — cobertura da arena — mantém o máximo do barulho dentro do estádio, produzindo o efeito caldeirão: o som bate e volta, ensurdecedor e contagiante. Praticamente todas as 4800 cadeiras cativas já foram vendidas; os camarotes já se esgotaram. Notável a construção de uma rua em cada lateral do campo, com 7m de largura, onde os ônibus dos jogadores e carretas de até 24m entram e saem de frente. Neste sistema, o palco para eventos pode ser montado e desmontado em 24h; grande avanço, pois no Mineirão pode levar até 7 dias.
A Arena é também espaço de convivência e projetos sociais para a comunidade, além de realização de eventos. Importantíssimo é o compromisso da Arena com a revitalização da vizinha Mata dos Morcegos para o uso comunitário.
As primeiras bandas datam de 578–534 a.C. em Roma. No Brasil, a banda mais antiga — 1848 — em Goiana, Pernambuco, ainda em atividade. Os músicos itinerantes ocuparam posição importante e conquistaram admiração e respeito em todas as épocas. Assim também neste 12º Encontro Regional de Bandas de Música de Caetanópolis, organizado pelo maestro Basílio, discípulo do Mestre Nascimento.
BANDAS PARTICIPANTES:
Cachoeira da Prata — maestro Fernando
Caetanópolis — maestro Basílio
Capim Branco — maestro André
Cordisburgo — maestro André
Matozinhos — maestro Matheus
Papagaios — maestro Cristiano
Pitangui — maestro Fred
São Vicente — maestro André
Sarzedo — maestro Joanir
Sete Lagoas — maestro Hilton
Vespasiano — maestro Robertinho
A um pulo de Belo Horizonte pela BR040, passa-se por Paraopeba, bem singular:
…e une gerações em um objetivo comum: as bandas precisam de apoio, principalmente do poder público. Uma banda é, também, a semeadura de compositores. Carlos Gomes, o mais importante compositor de ópera brasileiro, foi músico de banda em Campinas; o acadêmico, linguista e regente Eleazar de Carvalho tocou na banda dos fuzileiros navais. Georg Händel, em 1749, compôs para banda. O rei Luís XIV, em Versailles, fazia-se acompanhar pelo conjunto sonoro em festas de gala e desfiles.
É o esforço, a dedicação do maestros e músicos, transformando vidas, desenvolvendo talentos. As bandas são a mais tradicional manifestação popular de cultura… e tudo começa com um coreto em uma praça qualquer e a determinação de um Mestre de Banda!
Cada banda, além do característico dobrado, executou outras músicas para o entusiasmo da platéia. As bandas sobrevivem com dificuldades e esta magnífica tradição corre o risco de desaparecer.
Na praça, há outra preciosidade: a trepadeira Jade— Mucuna Bennetti — ainda rara em cultivo. Também esta planta precisa de multiplicadores para não se extinguir. Este encontro de bandas representa o esforço dos músicos — com o almejado e indispensável apoio do Estado e Prefeituras — aos projetos de resgate das bandas de música que, assim como a jade, continuarão a florescer.
…no livro da vida as páginas do tempo nos aguardam cheias de mistérios.
As páginas e o tempo estão disponíveis para os desejos à espera de impulsos da ousadia de transgredir da capacidade de ultrapassar.
As páginas assim como todos os dias serão preenchidos com seiva lágrimas suor força… cada um de nós usará a tinta das veias para colorir umas e outros…
A repetição irrefletida de citações, poesias, letras de músicas e, até, fatos cria disparates. Algumas pérolas:
a primeiríssima do hino nacional uvirundum — um clássico!
batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão Popular – esparrama pelo chão
quem não tem cão, caça como gato. Popular – caça com gato.
corro de burro quando foge. Popular – cor de burro quando foge.
Elis Regina: mas é você que ama o passado e que não vê Popular – mas é você que é mal passado
Paralamas do Sucesso: entrei de gaiato no navio. Popular – entrei de caiaque no navio.
Djavan: amar é um deserto Popular – amarelo é o deserto.
O nosso Drummond não escapou: hoje é domingo pede cachimbo… Popular – hoje é domingo pé de cachimbo. Quantos pés de cachimbo existem no quintal? Domingo pede cachimbo, como pede descanso, pede calma.
Inclui-se nestas esquisitices a expressão “a sopa no mel” sem significado ou sentido. A origem desta idiossincrasia está no provérbio português:
sopa de mel não se faz para boca de asno.
Este, sim, rico em significado e fina ironia. Com a troca da preposição de por no a voz do povo misturou tudo e deu lambança.
Raul Seixas botou a boca no mundo: eu sou a mosca que pousou na sua sopa… uma forte metáfora no contexto político-militar.
A expressão a mosca no unguento já se usava na Grécia, final séc.XIX, para assinalar um defeito, incômodo ou gafe para estragar plano perfeito ou… quase. Este sentido permanece em várias outras línguas na variação a mosca na sopa. Há centenas de charges, de tiradas inteligentes. Aqui uma versão: A mosca — “garçon, tem um humano na minha sopa!”
Autor não identificado
A abelha no mel significa atração, imã, o equivalente a peixe na água: • na feira, os visitantes caíram como abelhas no mel; • as mulheres acorriam à liquidação de sapatos como abelhas no mel. Lô Borges, Paula Fernandes cantam: “feito abelhas no mel”.
Agora, a escolha certa na situação concreta a mosca na sopa a abelha no mel jamais sopa no mel.
O pequi tem cabeça dura — faca martelo pedrada — nada o fura naquele momento amadurece se abre fácil em estrela de cinco pontas e oferece o fruto dourado perfuma o cerrado
A caminho de Crucilândia, a 100Km de Belo Horizonte, a lanchonete do Compadre — Paineiras da Serra — tem o pastel mais gostoso do mundo! A parada faz parte do roteiro-surpresa.
Em Itaguara a Santa Casa de Misericórdia, administrada por eficientes colaboradores e o provedor Edvar Mamede, presta valiosos serviços a sete municípios da região. A visita à Santa Casa nos mostra o poder da dedicação em minorar a dor e o sofrimento.
Aqui em Crucilândia a organização de festas religiosas, cavalgadas, Enduro da Cachaça, Festa do Peão Boiadeiro e Carro de Bois e outras comemorações é uma importante valorização dos costumes e da cultura dessa boa gente.
Este agradável lugar lembra, pelo acolhimento, as cidadinhas do Bhutan. Não é preciso ir tão longe para curtir um lugar tão especial, a generosidade de nossos anfitriões, o entorno ondulado ao amanhecer na nossa varanda
O ponto alto nesta viagem é a visita à ASSOPOC — Associação dos Protetores das Pessoas Carentes —, destinada ao cuidado exemplar de idosos, jovens e crianças. É um programa avançado, inteligente e, claro, muito bem administrado. O mundo carece de mais doadores! Cada um de nós pode doar: alfabetização, ensino de trabalhos manuais, ajuda financeira, proteção, uma boa palavra na medida do possível. A doação e o trabalho voluntário são as maiores fontes de gratificação interior. Sartre concluiu: o inferno são os outros; nestes momentos de boa convivência, vem a nossa certeza: os outros podem ser o paraíso!
Nossos amigos conseguiram transformar a fazenda florida…