Perdeu a mala amarela. Desespero. Sem saltos, maquiagem. Aí com poucas peças chinelinhos sentiu leveza. Asas. Corpo livre. Amou pela 1ª vez.
Copyright©2013 Maria Brockerhoff
Perdeu a mala amarela. Desespero. Sem saltos, maquiagem. Aí com poucas peças chinelinhos sentiu leveza. Asas. Corpo livre. Amou pela 1ª vez.
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O êxtase do amor tem o condão de transpor o leito de folhas dos amantes, no meio da mata, para o dos rios de leite e mel da terra prometida.
Copyright©2010 Maria Brockerhoff
Numa sexta ensolarada o meu amor partiu. O mundo em cacos. Agora desconfio dos dias azuis; quem sabe escondem um desfecho em preto e branco?
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Eva sofreu dois partos. Primeiro o das Escrituras. No outro rasgou em si o apego insano à cria. Neste dia, cresceram-lhe as asas e leve voou.
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Correria no ponto de ônibus, empurrões, o velho caiu. Seu mundo escureceu. Lá no fundo uma fresta: um sorriso quente atrás da mão estendida.
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A escravidão do milênio. O servo obediente interrompe o jantar, o diálogo, até o amor. Reage ansioso ao sinal: pois não, meu senhor celular!
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As crianças são terreno fértil; recebem indiscriminadamente presentes, honras, mercês, agrados, lisonjas, exceto limites. Crescem ditadores.
Guarda-velhos: clínicas onde filhos depositam os pais. Espoliados da esperança e sugados pela ambição. Juízes cúmplices concedem interdição.
O preso cabisbaixo. Policiais enxotaram todos do velório. Silêncio de pedra. Mãos algemadas às costas. O rapaz roçou o rosto na face da mãe.
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