Jardim Botânico Plantarum – Nova Odessa, SP

O Jardim Botânico Plantarum, Av. Brasil 2000, Nova Odessa, SP, bem pertinho de Campinas, vai muito além dos 80 mil m² com 300 belas palmeiras brasileiras, das quais 200 são exóticas, da paisagem colorida, das esculturas, da perfeita organização, limpeza e bom gosto.

O Jardim Plantarum se nivela às grandes obras dos visionários, aquelas pessoas movidas por uma inabalável força interior e esperança sem limites.

Os parques do Grand Canyon e Yellowstone, por exemplo, nos Estados Unidos, além de receberem subsídios do governo, contam com milhares de contribuições voluntárias para a custosa manutenção. Parques europeus recebem apoio de empresas privadas. Este magnífico Jardim Plantarum é privado, nem tem isenção do pagamento de IPTU! O canteiro central da avenida do jardim, com belíssimas árvores meticulosamente classificadas, é mantido e limpo pelo parque. A água da chuva é armazenada e reaproveitada na irrigação.

O Plantarum tem um programa incipiente de associados que deve merecer o maior apoio. Associar-se a esta utopia verde é uma demonstração de cidadania.

O idealizador do projeto, o Eng. Agrônomo e botânico brasileiro, Harri Lorenzi, vai diariamente ao jardim e recebe os visitantes com máxima cordialidade e atenção. Um dos seus grandes méritos é conservar espécies ameaçadas de extinção e algumas até extintas no país. Lorenzi é também excelente autor de dezenas de livros. Há, ainda, variados cursos de paisagismo, pintura a aquarela de plantas/flores e oficinas verdes ao longo do ano, xiloteca, carpoteca, biblioteca e vasto material para pesquisa.

Há um excelente restaurante, espaçoso centro de eventos, empório de souvenirs, sementes e mudas. Chupar as mangas dulcíssimas caídas do pé, com caldo escorrendo pelos cotovelos, foi um luxo! A muda de vitória-régia é um espanto. Andar pelas alamedas, contemplar as incríveis formas verdes e coloridas, enfim, estar lá, traz uma sensação de leveza e bem-estar incomparáveis.

Nós, mineiros, levamos a boa nova do Plantarum para os amigos de Campinas, que se deliciaram. Por lá e por aqui a notícia de um jardim de tão alta qualidade, com fácil acesso, é uma grata surpresa.

Parques

Este mundão é inusitado! Está explicada a motivação do povo nômade em perambular por aí; além da coleta, da caça, a diversidade dos campos, das florestas, das montanhas, dos rios, certamente era um plus significativo e invejável!

Pobres de nós, cuja paisagem é um monte de janelas, filas intermináveis de bichos metálicos barulhentos, viadutos, pirâmides e outras figuras geométricas em vidros fosforescentes! Nem é bom lembrar daquela massa compacta emergindo de trens e metrôs…

Podemos avaliar a péssima qualidade de vida nas cidades grandes ao percorrer estradas vazias cortando as Montanhas Rochosas com o horizonte a perder de vista — sim, faz uma diferença enorme para a retina ver o infinito lááá looonge.

As árvores vestidas de dourado-amarelo-vermelho, as pedras pontiagudas enormes às margens das rodovias muito bem cuidadas, já indicam a beleza dos parques em torno de Moab/Utah, nos Estados Unidos. A cidadinha de Moab é muito agradável. A rua principal, cheia de hotéis, restaurantes, agências de aventuras radicais (e outras nem tanto), tudo em estilo do velho Oeste. Lojas muito boas. As galerias de arte e livrarias de alto nível são surpreendentes!

A cidade é ponto de partida para o Arches National Park, Canyonlands National Park e Deadhorse Point. A paisagem é indescritível: nenhum delírio, fantasia ou sonho humanos podem se comparar às brincadeiras da natureza por 300 milhões de anos. A cada momento, a cada curva, formações bizarras, impressionantes desenham palácios, pontes, círculos vazados e milhares de arcos frágeis, graciosos desafiam a gravidade. Os nomes, em tradução livre, são bem apropriados: as fofoqueiras, a torre de Babel, o órgão, o tribunal, as janelas, os jardins do diabo, etc. etc.

Os rios Colorado e Green se encontram e dividem Canyonlands em 3 partes. Apenas a parte norte pode ser percorrida de carro, nas outras há trilhas acidentadas, belíssimas para longas caminhadas e umas poucas para veículos 4×4. Uma antiga mina de urânio é hoje um dos lugares mais bonitos e mais bem conservados do parque. O Shafer Trail inexplicavelmente foi, no século passado, lugar para criação de gado e carneiros que, muitas vezes, despencavam canyon abaixo.

Em Deadhorse Point foi filmada a magnífica cena final do filme “Thelma & Louise“. Deadhorse Point é tão forte, tão imponente… silencia qualquer um.

As imagens deste lugar emocionam profundamente; estão guardadas para iluminar algum momento escuro!

Ano Novo Chinês – Serpente

Com muitas luzes, danças, rituais, começou hoje o novo ano lunar, comemorado na China, Coréia do Norte, Taiwan, Singapura, Birmânia, Indonésia e nas Chinatowns de todo o mundo. A serpente, este ano, se identifica com o elemento água, portadora de alegria e otimismo. Há milhares de anos, conforme a filosofia antiga, os acontecimentos nesta vida são resultados do equilíbrio entre os 5 elementos do universo: metal, madeira, água, fogo e terra.

Terminou o ano do dragão e começa o do signo da serpente, o mais enigmático e cheio de mistérios. A serpente é a ancestral mítica dos imperadores chineses, estando associada ao conhecimento e ao profundo pensamento filosófico. O ano da serpente 1929 trouxe a grande depressão; 1941, o ataque a Pearl Harbor; 1989, o massacre da Praça da Paz Celestial; 2001, os ataques às torres gêmeas. Contudo, grandes alegrias, incríveis avanços científicos, pessoas e livros transformadores surgiram também nestes anos. Os estudiosos do Feng Shui — literalmente, wind+water — aproveitam essa época para prognósticos e previsões.

Assim, fantasias à parte, interessa-nos a parte cultural e os interessantes costumes destes povos. Pessoas comemoram, atirando milhares de moedas nos sinos dos templos para trazer boa sorte; se a moeda tilintar, a sorte estará garantida. Famílias viajam longas distâncias para a celebração. Em geral, os chineses evitam casar-se neste ano; sendo época propícia para bons negócios. Os filhos nascidos neste ano são bons provedores. As pessoas do signo da serpente apreciam debates de alto nível intelectual, são inteligentes e dotadas de inquebrantável força de vontade. As atividades mais indicadas aos nativos deste signo são filosofia, literatura, escultura, arquitetura, política e psicologia. Costumam ignorar o que os outros falam a seu respeito. De natureza agitada, detestam barulho e desarmonia. São prestativas, mas não costumam perdoar as faltas nem as próprias. São, às vezes, desconfiadas e essa desconfiança, se levada ao extremo, pode afastá-las dos relacionamentos mais profundos.

A serpente combina bem com o rato, o boi, muito bem com o macaco, o galo. Serpente e tigre, serpente e porco não se beijam. 🙂

As Erínias, claro, são do signo da serpente! Então, encaram este tema com ceticismo. Tudo isso é excelente prosa para uma roda bem-humorada que, aí sim, pode levar a surpreendentes descobertas do outro…

Escócia de trem!

Começando a viagem, aqui vai o “pulo do gato” para percorrer o Reino Unido: os passes de trem do BritRail. Apenas para estrangeiros, por um preço fixo pode-se viajar em primeira classe, por determinado período, pela Inglaterra, País de Gales e Escócia — para só esta, há o ScotRail. A validade varia de 3 dias a 1 mês (consecutive) ou de 3 a 15 dias durante 2 meses (flexible). É vantajoso, muito confortável e, várias vezes, entramos em um trem sem ter idéia do destino! Já descobrimos lugares inusitadas brincando de cabra-cega nas estações… 🙂

De Londres, fomos para Thirsk em Yorkshire; campos de feno cobertos de florinhas amarelas a perder de vista. Thirsk é antiga, com as ruas em paralelepípedos, todas as casas com jardins muito bem cuidados e muita cor. O centro é cheio de vida, um burburinho incessante nos cafés, boas lojas e livrarias com alegres rodas de aposentados. Fomos até Thirsk visitar o Mundo de James Herriot — o veterinário escocês que lá morou e clinicou por décadas. Publicou muitos livros com deliciosas e incomuns histórias dos seus bichos, tema de dois filmes e uma série espetacular na TV inglesa. Sua dedicação incondicional aos animais inspirou uma nova geração de veterinários. Ainda nesta cidade, tivemos a grata surpresa de, ao visitar a magnífica catedral com os jardins cheios de lápides antigas, um organista tocar especialmente para nós. Momentos assim são inesquecíveis e nos dão o valor imensurável do aqui e agora.

Em direção à Escócia, a três horas de Thirsk, está a milenar Edimburgo. A cúpula de Waverley e os vitrais fazem da estação um atrativo especial. A cidade é interessantíssima; cheia de castelos — Castelo de Edimburgo, Castelo Drummond — a destilaria Glenturret, além de catedrais, museus, concertos a céu aberto. Os jardins espetaculares confirmam o bom gosto, a técnica e a arte dos escoceses no paisagismo. Edimburgo oferece o paraíso no Royal Botanic Garden. Os becos subterrâneos tortuosos — os tais “closes” — demonstram as miseráveis condições de vida no século XVII. As casas foram queimadas devido à peste bubônica e o Mary King’s Close permaneceu. O lugar, por si só, representa as histórias de uma época e lugar inusitados; porém foi, infelizmente, transformado em pura atração comercial pelo infeliz marketing turístico quando tem por pretensão “enfeitar” ou “dramatizar” a história. Vale a pena ver o trabalho nos teares nas fábricas de tartan — os emblemáticos tecidos dos clãs escoceses.

Contudo, a melhor sugestão é deixar-se perder pelas ruelas em torno da Royal Mile na Old Town.

Sempre fugimos das cidades grandes, escolhendo para hospedagem uma cidadinha com aquela bucólica e acessível estação de trem na única praça. Assim, a 20 minutos de Edimburgo, descobrimos Linlithgow… uma delícia de lugar para o próximo post!

Escócia de trem #2…

Linlithgow é uma delícia. Aqui nasceu Mary, Queen of Scots, a última rainha da Escócia; foi também a residência da dinastia Stuart. As ruínas bem-preservadas (1420) mostram o Royal Palace às margens do lago. A igreja de St. Michael’s (Miguel Arcanjo), numa paróquia dinâmica, é uma obra de arte. A fonte Cross Well, o Burgh Hall, outras edificações com extensos gramados fazem-nos sentir num filme, nos transportam a uma outra dimensão.

Fizemos compras num excelente supermercado e os vendedores atenciosos faziam-nos sentir em casa. Aqui curtimos mais ainda o café da manhã farto e variado, seguindo ainda o cardápio dos mineradores de carvão: ovos, bacon grosso, feijão adocicado, linguiça, hash browns (purê frito de batatas), resumindo: é o famoso “tropeiro” deles. Íamos de trem para Edimburgo, voltávamos para o aconchegante hotel pertinho da estação e, ainda, aproveitávamos da tarde prolongada neste antiquíssimo lugarejo.

Seguimos para Inverness. Ah! Um lugar encantador cheio de gente hospitaleira, entrecortado de canais e pertinho do mistério Loch (lago) Ness. Com 36km de extensão e 230m de profundidade de águas frias e escuras, é a morada do monstro “Nessie“. Lá o turismo explora inteligente a história de Nessie, com a “Exhibition Loch Ness”: cavernas, espelhos, ondas laser, pesquisas sérias e ilusão de ótica! O cruzeiro pelo lago é muito agradável; o café com chocolate, servido a bordo, tem um sabor especial, contemplando o infinito, as ondas brancas, as gaivotas… é um sentimento único de viver o presente intensamente…

Constatamos outra amabilidade escocesa quando o ônibus do tour nos deixou no nosso hotel. Não paramos em Aberdeen para evitar cidade grande. Subimos para Thurso onde a região continua invadida por canais fartos de água. Aí embarcamos no “North Link Ferries”. Esta balsa é muito confortável, bem bonita, com tapetes altos e macios, espelhos de bronze, corrimãos dourados e um restaurante com gosto muito bom do molho de hortelã. A travessia para Stromness já é um plus: os penhascos, a incrível formacão “Old Man of Hoy“, além da beleza destes mares desertos.

Stromness é um lugar maravilhoso com 2200 habitantes, curiosamente sem árvores. Os vikings ocuparam o arquipélago Orkney até 1231 e, até hoje, sua influência no dialeto, costumes e comidas é marcante.

As pousadas estilo B&B (Bed and Breakfast), maioria na Escócia, são confortáveis, bem decoradas e no “Miller’s House“, perto do cais, havia um skylight que deixava toda a casa ensolarada. O café da manhã, além do “tropeiro”, oferecia 6 tipos de geléia, frutas, torradas, sucos, peixes defumados, queijos… energia suficiente para perambular pelas ruelas.

No ferry de volta a Thurso, conversamos com uma senhora muito elegante e bem-humorada nos seus gloriosos 90 anos. Ela nos contou, encantada, sobre a aposentadoria, sendo uma novidade receber de “um buraco na parede” com um cartão. 🙂 O governo paga aluguel para os pensionistas, além de uma ajuda de custo de 70 a 130 libras por semana. A “nursery” — a casa dos idosos — é bem fiscalizada e a nossa amiga desfruta de uma velhice tranquila. Após 2 horas de agradável travessia tomamos um trem para Kyle of Lochalsh, através de Dingwall.

Kyle of Lochalsh está situada entre lagos e montanhas. O hotel “The Old Bankhouse” é muito romântico e confortável, administrado por um casal de aposentados. Ali vimos “100 Great World Cup Moments”: todos os melhores lances, vitórias, falhas e curiosidades no futebol, como o caso do gol contra de um jogador colombiano; por isso, foi assassinado por um torcedor fanático na Colômbia… 🙁  Neste hotel estavam um casal de Cambridge e uma amiga; conheceram-se na China e, desde então, viajam anualmente juntos. Estes encontros são, para quem está disponível, momentos especiais e criam laços afetivos que nos acalentam.

Fedra e Hipólito

Começa hoje, no Palácio das Artes, a apresentação da ópera do músico, compositor e maestro Christopher Park. Sob a direção artística e cênica de Fernando Bicudo, a venda de ingressos está esgotada; felizmente as Erínias conseguiram ingressos para quinta, dia 20/6. Certamente todo o grande elenco é responsável por esta acolhida impressionante.

Hipólito e/ou Fedra é uma peça do grego Eurípedes (428 a.C.), adaptada pelo romano Seneca. Desde então, este clássico da mitologia grega tem sido repetido na literatura, dramaturgia, filmes e óperas. Bem conhecida é a interpretação de Jean Racine em 1677. O papel de Fedra é magnífico, sendo o ponto máximo almejado, em todos os tempos, por exímias atrizes e sopranos. O nome Fedra deriva do grego φαιδρος, “brilhante”.

Racine se inspirou na tragédia grega e escreveu a peça “Hipólito”: a destruidora paixão de uma mulher por seu enteado. É a exploração das consequências de uma paixão proibida. Segundo um estudo muito interessante de Roland Barthes, Racine focaliza a tragédia da palavra. Para Fedra, a palavra reveladora do terrível segredo — seu amor pelo enteado — é a irreversível condenação. Nenhuma palavra pode voltar atrás. Para Hipólito, a palavra, o falar a versão dos fatos, seria a própria salvação. O não-dizer, a omissão, leva à destruição do nobre Hipólito.

Vargas Llosa, o grande escritor peruano, em “Elogio de la Madrastra“, faz uma interessante subversão do mito: o enteado seduz a madrasta. Também aí, como em Eurípedes, é a definitiva deterioração da família.

Os mitos formam a base das religiões, literatura, filosofia e artes. A sabedoria da mitologia é atingir a dimensão tipicamente humana; é muito diferente de fábulas ou lendas. Os mitos dizem respeito ao nosso relacionamento interior ou com o desconhecido. Podemos dizer que os mitos são espelhos que nos lembram quem somos e quão pouco mudamos desde a origem. Os mitos abrangem a história universal e constituem a base da psicanálise.

A tragédia mitológica trata de todas as emoções humanas e, o mais importante, através de símbolos oferece ao ser humano a solução dos conflitos. É função eficaz dos mitos demonstrar toda a gama dos sentimentos humanos sem culpa, sem censura, sem preconceitos. Aproveitemos, pois, a grande oportunidade de renovação interior que “Fedra e Hipólito” nos proporcionam.

A simbologia do mito é diversificada em cada região integrando o sistema de crenças de uma cultura ou civilização. Joseph Campbell, conceituado professor de mitologia, resume muito bem:

Mitos são sonhos públicos; um sonho é um mito privado.

 

Escócia – Ilhas e Jardins

De Reykjavik, na Islândia, alcançamos o arquipélago de Orkney — ao norte da Escócia — com aproximadamente 70 ilhas, cuja capital é Kirkwall. O porto majestoso recebe balsas, navios de cruzeiro e de carga. A cidade é bem antiga (1305), sendo muito agradável perambular pelas ruas cheias de lojinhas, restaurantes, excelentes livrarias. A cidadinha é cheia de surpresas: na próxima esquina, um campo cheio de árvores enormes é um bucólico cemitério com interessantes histórias gravadas em lápides de 1804; mais além, as imponentes ruínas do Bishop’s Palace ou Earl’s Palace. As ruas e casas são agradavelmente floridas e os nativos muito atenciosos; todos cumprimentam os turistas. A Catedral de St. Magnus é uma belíssima edificação em arenito.

Subimos mais ao norte até Lerwick, a única cidade do arquipélago de Shetland. Como em outras cidadezinhas escocesas há os pitorescos “closes”, que são tradicionais becos ladeados por incríveis e agarradinhas construções de pedra. Numa lojinha, vimos novelos de lã composta de fibras de leite com 30% de seda, que torna as peças muito macias.

A gentileza mais uma vez se revelou, quando a prefeita, ao som de violino, veio ao cais receber os passageiros. As ilhas de Shetland são muito antigas e Lerwick tem mais de 5000 anos. A biblioteca é invejável! Oferece, gratuitamente, os mais variados cursos de informática, línguas, trabalhos manuais, etc.; empréstimo de DVDs, CDs; salas abertas aos cidadãos para reuniões e assembléias e um acervo surpreendente.

Pudemos constatar um desdém bem-humorado ao “invasor” inglês (a Escócia foi anexada em 1707), através de um diálogo com um casal, quando nos referimos às origens inglesas do futebol, a esposa, prontamente, respondeu: “aqui é a Escócia!” Perguntamos “não é Reino Unido?” Retrucaram os dois em uníssono: “depende com quem você fala!” 😉 Nota-se um desejo (e esperança) subjacente de independência através da sistemática preservação da cultura, língua e costumes. Curioso é que os três principais bancos da Escócia cunham moedas para circular apenas entre os escoceses – orgulhosos disto!

“Não existe clima ruim e sim roupa inadequada”, contudo a sensação de frio, na Escócia, aumenta devido aos ventos frequentes. Tivemos sorte e a temperatura foi muito agradável no “verão nas ilhas”: máxima de 14°C. Os nativos? Na praia!

A Escócia é rica, culta, sólida, bem plantada em seus castelos e construções de pedra. Suas extensas terras onduladas envoltas em silêncio e quietude são privilegiadas. Os jardins na Escócia são excepcionais em qualidade e beleza, cultivados desde o século XIII! Dispensam quaisquer adjetivos. É puro enlevo!

 

Brincadeiras das Nuvens

Nuvens lenticulares são formações raras resultantes de ventos em altitude constante, ar quente e úmido e um grande obstáculo, como uma montanha.

Não importam as definições! São nuvens brincalhonas em recreio… preparam essas preciosas e invulgares esculturas para alguém em especial: o sortudo a postos no lugar e no momento certos!

Curso de Inglês…

…no paraíso! Este lugar existe; o clima é azul, o silêncio é cheio de pássaros e esquilos. Do alto, pode-se ver a cidadinha embaixo, envolta em neblina… o recorte das montanhas lá longe. A sensação é a de um Shangri-La abrindo-se para nos acolher. É Little England!

Uma invejável idéia de professores-pioneiros — como sempre, uns visionários, ainda bem! — de construir um hotel-escola, onde se vive inglês. Ali, em Nogueira/RJ, se faz imersão total com os mais variados exercícios, brincadeiras, treinamento, técnicas modernas e personalizadas de manejar uma língua.

Para começar, todos os professores são nativos: da Inglaterra, dos Estados Unidos, da Escócia, da África do Sul. Há programas interessantes para os níveis mais variados e para o Business English. As situações lá de fora são vividamente representadas aqui; conferências e até conversas por telefone entre alunos e professores sobre o respectivo negócio. Há cursos durante todo o ano.

O plus nesta escola sui-generis é a dedicação de todos os professores. Estão sempre disponíveis, interessados, a postos. Às vezes, dois professores por aluno, viva! Os resultados, como tudo nesta vida, dependem também do interesse e da motivação de cada um. Aqui, todo o talento, a boa vontade e o empenho serão multiplicados. Certo, também, que para um aproveitamento melhor recomenda-se um conhecimento intermediário da língua inglesa.

Contudo, posso dizer, com a experiência de mil “cursinhos the-book-is-on-the-table” e de intercâmbio no exterior: a vivência Little England traz um rendimento incomparavelmente superior. O único senão é o cigarro; embora de uso restrito ao jardim, o cheiro inescapável quebra a harmonia.

A paisagem é exuberante, as acomodações confortáveis e a comida um pecado! Mas, não se engane, ali se trabalha duro com os professores bem-humorados e competentes “fiscais”. 🙂 Não há TV, telefone nem um pio em português.

A Little England é, no melhor sentido, um instigante tour-de-force. Experimente ir lá, dedique-se e sentirá um novo sabor da língua. Se você não sentir a transformação…

throw the towel! É isto mesmo… jogue a toalha.