Eiko Ojala, ilustrador estoniano, a técnica surpreendente de um desenho imitar recortes:
Erínias - Maria Brockerhoff
A Música do Espinhaço…
…está na praça, outra vez, para o gáudio de um mar de gente! No novo CD, Bernardo, Gustavo, Matheus, Rafa, Zé Mauro mostraram, proficuamente, os resultados da imersão nos matos, nas cachoeiras e janelas da Cordilheira do Brasil.
Além da criatividade, esforço e suor, este bando visionário enfrentou todas as dificuldades com as tais “leis de incentivos” (não se sabe a que?!)… o Músicas do Espinhaço, como outros grupos talentosos, não conseguiu atingir os misteriosos e intrincados critérios das leis culturais. É outro setor clamante por mudanças, já! Entretanto, isto foi só mais uma barreira ultrapassada com a beleza dos poemas musicados do CD Janelas. As tais leis não valorizaram este grupo musical; porém, encontrou amplo apoio no patrocínio coletivo.
Sugerimos sejam as letras — de autoria de Bernardo Pühler — publicadas no site, pois são poesias de elevado quilate. Guimarães Rosa deve sorrir lá em cima! O texto de apresentação prova a maturidade do grupo, outra sugestão para o site. As fotos, muito bem feitas, revelam a fonte de inspiração.
As mãos e a arte de Eloíse Frota completam a excelência deste último lançamento. A capa do CD, em juta, num trabalho manual uma a uma desta artista iluminada, traduziu perfeitamente os anseios, os objetivos, os sonhos do Músicas do Espinhaço. Afora a expertise, está a profunda afeição pelos rapazes inspirados da Cordilheira!
Para o enlevo da galera, uma palinha:
Janelas
Anseios por minhas janelas
e eu nem as tenho para dar
me invento do lado de dentro
me experimento seu experimento ocularme enquadro em lapso cintilante
errante desisto da fala
mas sou homem da boca pra dentro
no estojo da almaA terra de lá onde eu venho
é pedra e não terra que há
mas vejam aqui nesse engenho
é a janela que posso darA noite na beira do rio
me cala milênios de voz
mas eu trago a voz desses bichos
no estojo da almaminha alma, minha alma, minha alma…
Lisana Ratti na Casa dos Contos

Num ambiente muito agradável estão expostas as obras de Lisana Ratti. A exposição, no Restaurante Casa dos Contos (R. Rio Grande do Norte, 1065, Belo Horizonte) ficará aberta até 3 de dezembro, de meio-dia à meia-noite.
A artista plástica Lisana Ratti é de uma simplicidade admirável. Conhecê-la pessoalmente confirma a idéia de a arte tornar as pessoas mais interessantes, bem especiais e vice-versa!
Aos 12 anos, Lisana teve um arroubo de lucidez ao decidir que, sim, era pintora! Saiu à rua, comprou os apetrechos e surgiu a primeira tela, claro, com as cores, o ímpeto, as dúvidas e os anseios da pré-adolescência. Incentivada pelo pai e por um expert, Lisana desenvolveu seus talentos e criatividade! Estava certa aquela menina audaciosa…
Os quadros expostos são muito ricos e bem trabalhosos — além da arte, exigem paciência e técnica apurada: aos meus olhos de amador, a fibra é prensada, colada, as figuras recortadas, e o resultado é uma textura inigualável. Em alguns quadros, a cor predominante é o ocre em todas as nuances. A cada olhar, um novo detalhe se destaca e a obra de Lisana Ratti se enriquece e se transforma. As figuras do ritual africano são expressivas e cheias de movimento. Vale uma visita!
Príncipe Harry — Inglaterra x Costa Rica
Caiu um príncipe
no buraco fundo
da copa do mundo.
O elegante rapaz
atraiu muita gente
batedores, holofote.
Teve brilho fugaz
o nobre filhote.
Cercado de menina
de mídia cretina
certamente o pobre Harry
trocaria a própria sina
— do pé à medula —
pela alegria simples
do moleque gandula…
Copyright©2014 Maria Brockerhoff
A Confissão de Guimarães Rosa
A genialidade de Rosa dispensa qualquer superlativo. Na centésima leitura ainda há segredos, mistérios e achados.
Em “Jardins e Riachinhos” (1983), Guimarães Rosa faz uma confissão preciosa. É de uma clarividência doída, é um grito de alerta:
Não gosto de falar da infância. É um tempo de coisas boas, mas com pessoas grandes incomodando a gente, intervindo, estragando os prazeres. Recordando o tempo de criança, vejo por lá um excesso de adultos, todos eles, mesmo os mais queridos, ao modo de soldados e policiais do invasor, em pátria ocupada. Fui rancoroso e revolucionário permanente, então. Já era míope e nem mesmo eu, ninguém sabia disso. Gostava de estudar sozinho e de brincar de geografia. Mas tempo bom de verdade, só começou com a conquista de algum isolamento, com a segurança de poder fechar-me num quarto e trancar a porta.
Apple’s Empire
O império da Apple — a nova sede, já em construção, será concluída em 2017:
Remo Olímpico — Lagoa dos Ingleses
A atividade no mar-das-gerais é lazer completo! A lagoa azulada, “quase” a perder de vista, compensa bem a falta de mar nestas terras de montanhas. Nas manhãs claras, o sol refletindo no espelho das águas, as velas, caiaques e lanches nos transportam para longe da cidade grande, do barulho, de multidões, numa viagem rápida e agradável — a Lagoa dos Ingleses está às margens da BR040, a 30km de Belo Horizonte.
No Iate Clube Lagoa dos Ingleses, pode-se velejar, praticar SUP (stand-up paddle) e remar. Não é necessário ser sócio para frequentar os cursos; saber nadar é preciso.
- O rei da vela é o simpaticíssimo Pedro Basílio, amineirado pelas águas da Lagoa. É campeão e ótimo professor, seguindo as pegadas do pai, também velejador.
A prova indiscutível do bom resultado das aulas de Pedro é a filha, Fernandinha, 6 anos, exímia nadadora da Academia Nada Melhor, velejando com toda a segurança. - O SUP está atraindo adeptos; é a remada em pé sobre uma prancha. Foi inspirado nos instrutores do Havaí, que remavam em pé sobre grandes pranchas de madeira, acompanhando os alunos de surfe. É bem elegante, transmitindo leveza e liberdade.
- O remo olímpico está sob a batuta, ops! sob o remo, de Augustus e Sandra, apaixonados pelo esporte. O CRALmg — Clube de Regatas Afonso Ligório, que leva o nome do pai de Augustus, tinha sede na Lagoa da Pampulha e mudou-se para a Lagoa dos Ingleses.
O remo exige esforço e boa coordenação motora. Por isso mesmo, nós escolhemos esta modalidade. O remo olímpico é, depois da natação, um dos mais completos exercícios; desenvolve vários grupos musculares, é antiestressante. No Rio de Janeiro o remo tem sido utilizado como tratamento coadjuvante altamente eficaz para as mulheres com câncer de mama.
Pesquisas na área de oftalmologia mostraram um aumento significativo de miopia nos jovens das grandes cidades asiáticas, onde a grande massa de edificações impede a visão do horizonte. Assim, remar ou velejar na Lagoa é um plus: a vista do infinito e do por do sol é um bom tratamento para os olhos. 🙂
Sob a orientação segura de Augustus e de Sandra, a gente já brinca de remador, vai pra mais longe e começa a deslizar!
O remo é, agora, um grande incentivo para as manhãs de sábado — aulas também às terças e quintas — vamos sem pressa de voltar, as remadas fazem a comida ter um sabor especial na cantina do clube. O final da aula é comemorado com um bom mergulho nas águas limpidamente frias.
Ah, é muito bom! A cabeça se esvazia, vem a sensação de estar inteiramente no aqui e agora… as endorfinas tomam conta…
Quem são os irracionais?

(A imagem inferior é da praia de San Diego (USA) em 2007, após a festa de 4 de Julho; não foi possível localizar o autor da combinação com as outras imagens.)
Veja, também: Movimento Nossa BH e Brasil, um Grande Lixão.
Nadal e Djokovic
Estas imagens são muito fortes. São os legítimos campeões no torneio de Roland Garros neste domingo. Nadal, vencendo o torneio pela nona vez, completou 66 vitórias em 67 jogos!
Nadal exprime a pura química da dor e da alegria desta conquista inestimável.
Djokovic venceu os 4 jogos anteriores entre os dois. Foi ovacionado de pé pelo público em Paris, levando-o às lágrimas.
Os atletas ultrapassam todos os limites de força, técnica e suor. Isto só é possível através da Grandeza Interior. Tais exemplos suportam este mundo…
Paisagismo — Show de Jardins
Estivemos em Christchurch, Nova Zelândia, logo depois de um dos devastadores terremotos. O de 2011 foi especialmente doloroso ao atingir a Catedral anglicana.
É impressionante a força, a capacidade de trabalho daquela gente amável na reconstrução de suas vidas. Uma prova disto é a realização do Ellerslie International Flower Show.
A cidade de Christchurch responde ao sofrimento com flores e jardins! A imaginação e a criatividade destes jardineiros são infinitas. Ben Hoyle, este mago, nos traz enlevo e admiração na arte premiada “A French Kiss in Akaroa”:

