Mamirauá — o reino das aves

O regime de enchentes e vazantes estabelece modus vivendi específico e diferente para bichos, peixes, aves, plantas e ribeirinhos da Reserva de Mamirauá. Nas cheias, de dezembro a maio, 1 milhão de hectares ficam submersos. Na seca, de junho a novembro, a admirável cigana ou hoatzin

Hoatzin em Mamirauá – Copyright©2009 Pedro Meloni Nassar

…as garças elegantes…

Mamirauá, Amazonas – Copyright©2017 Rainer Brockerhoff
Mamirauá, Amazonas – Copyright©2017 Rainer Brockerhoff

… e os biguás, úteis fiscais das águas limpas, não se alimentam em águas poluídas.

Mamirauá, Amazonas – Copyright©2017 Rainer Brockerhoff

Exímios mergulhadores preferem peixes pequenos, não representando assim concorrência para os ribeirinhos que os protegem. Aí o merecido descanso depois do expediente.

Mamirauá, Amazonas – Copyright©2017 Rainer Brockerhoff

Embaixo destas árvores, nas cheias, alguns peixes fazem cavernas nas margens e ali depositam ovos; pode-se ver este “estacionamento” de buracos. Também nas cheias, em uma adaptação formidável, outros peixes se alimentam dos frutos altos das árvores e desovam entre suas raízes. As enchentes podem alcançar até 15m ou mais. O único meio de transporte é o barco.

São preciosas as fotos de aves do biólogo Pedro Nassar, gentil guia bilingue da Pousada Uacari. É uma fartura; há passeios exclusivos para observação de aves. Este Uirapuru-de-chapéu-azul é mais um presente de Pedro.

Uirapuru – Copyright©2015 Pedro Meloni Nassar

Mesmo com todos os cuidados da Reserva de Mamirauá há, na Amazônia, segundo estudos recentes, 48 espécies de aves ameaçadas de extinção, principalmente pela implantação de hidroelétricas e do desmatamento. Estes passarinhos enfrentam, sim, a ameaça cruel: a indiferença do homem…