Logo depois da confluência dos rios Japurá e Solimões entra-se no Canal Mamirauá… aqui a primeira imagem — ou será uma miragem? — das telhas cor de tijolo feitas de garrafas-PET ao estilo das ilhas do Pacífico sul: a Pousada.
O visionário e brilhante biólogo Márcio Ayres anteviu, num projeto pioneiro de 1997/99, uma reserva ambiental protegida cuidada pelos ribeirinhos, os legítimos senhores da floresta.
Este incrível primatologista tornou possível a utopia de promover o manejo sustentável dos recursos naturais com a efetiva participação das seis comunidades integrantes da reserva.
A região é muito quente; a umidade triplica a sensação térmica. Assim, os passeios são, inteligentemente, programados para bem cedo e à tardinha. Ao meio-dia, o zênite solar leva todos — até os jacarés vizinhos — a uma reparadora soneca depois do delicioso almoço. A temperatura e a umidade nos fizeram antecipar a volta!
A varanda traz o gostoso e cantante silêncio das águas… as fotos são apenas desbotadas imagens…
O exótico macaco Uacari — o querido de Marcio Ayres — corria sério risco de desaparecer, assim como peixes-boi, pirarucus, tracajás e, em consequência, outras espécies endêmicas. Hoje essas espécies se multiplicaram e a degradação regrediu drasticamente. Ainda há muito trabalho, mas o resultado de Mamirauá, através do desenvolvimento e capacitação das comunidades deveria ser buscado por todo este Brasil.
No próximo post: pássaros e mais surpresas!