Na rua de pedra da cidade de concreto há um jardim de roseiras de todas as cores.
Aquele canteirão em frente à penúltima casa antiga, esquina da avenida do contorno é, ainda, um jardim de vovó, onde as roseiras fartas, já troncudas e altas, se enrolam, se estendem pelas grades das janelas e da cerca. Alguns “matinhos” rastejam aos pés das rainhas vermelhas, rosas, amarelas, grandes, pequenas, que atraem os olhos de quem os tem!
Aqueles buquês abertos, semi-fechados, os botões são uma belíssima miragem ali na esquina de asfalto, de carros barulhentos, da selva citadina. Uma paradinha ali, em frente ao roseiral, é uma pausa deliciosa!
Outro dia, um jardineiro com um tesourão. Em volta, o chão forrado de folhas e pétalas coloridas.
— Por que? Foi a pergunta incrédula. O jardineiro abaixou os olhos, parecendo envergonhado, respondeu:
— A dona não quer roseiras altas…
Copyright©2013 Maria Brockerhoff
tb eu me envergonhARIA.