A cada dois minutos, cinco mulheres sofrem violência doméstica no Brasil; é uma situação gravíssima da qual não se discute uma das principais causas, aliás nem é mesmo admitida:
SÃO AS MÃES AS EDUCADORAS DOS FUTUROS MARIDOS AGRESSIVOS.
Esta lição é diária e subliminarmente ensinada quando:
- é do rapaz a chance de ir à faculdade se os recursos financeiros são insuficientes para cobrir as despesas da filha e do filho;
- é da menina a obrigação de lavar as roupas e/ou esquentar a comida do irmão;
- as mães, já desde cedo, preparam o enxoval de noiva das filhas;
- o grande sonho inculcado nas meninas é o de um feliz casamento, com um “bom partido” ($$$);
- o Papai Noel traz para as meninas bonecas, panelinhas, maquiagem; para os meninos, aviões, carrinhos, aparelhos eletrônicos que já exigem deles tirocínio e exercício motor;
- as meninas usam, desde bebê, brincos, lacinhos, roupas de fru-fru, incômodos sapatinhos duros e já com saltos, meias-calças colantes, apetrechos “lindos” mas impeditivos de uma boa corrida ou alegres brincadeiras. Isto é o treinamento precursor para que as moças se submetam às tiranias da moda e às mais insanas dietas e cirurgias plásticas;
- quando a litania do “ruim com ele, pior sem ele” é despejada na orelha das meninas sob as mais variadas formas;
- a gravidez é o golpe seguro para a realização de um casamento ou a possibilidade de polpuda pensão.
Não é preciso enumerar mais toda a diferença da criação entre meninos e meninas; contudo, tais costumes e métodos levam à internalização da submissão feminina, trazendo, mais tarde, a aceitação passiva da violência física e/ou psicológica por parte dos maridos, companheiros e namorados.
É uma questão polêmica e muito grave, porque acobertada pela sociedade conivente e hipócrita, principalmente quando o número de mulheres que retiram as queixas contra os parceiros violentos tem aumentado consideravelmente. Fazendo assim, as mulheres ensinam a mais terrível das lições:
AOS FILHOS, O PODER ILIMITADO DOS HOMENS;
ÀS FILHAS, O CAMINHO, SEM SAÍDA, DA HUMILHANTE DEPENDÊNCIA.