Bhutan — o Reino do Dragão

Neste último Shangri-La, não é permitido escalar as montanhas sagradas — a morada dos deuses. Poluir as águas ou cortar as florestas atrai doenças e a ira das divindades. Invejável sabedoria!

De Sikkim se chega ao Bhutan por Phuentsholing, a cidade fronteira a 150 Km. O belo e característico portal de entrada estabelece as profundas diferenças culturais:

  • do lado indiano — Jaigaon — um redemoinho de gente, bichos, alarido, frituras, lixo, tráfego desordenado;
  • do outro lado — Phuentsholing — como num desenho, ruas em esquadro, casas alinhadas, praças limpas, numa atmosfera mais calma. Os carros de passeio só foram importados no final da década de 60; atualmente, o número de carros é ainda muito pequeno e os impostos de importação muito elevados.

O Bhutan é a terra prometida para os indianos, como os Estados Unidos o são para os mexicanos. A imigração é restrita e os indianos são admitidos, normalmente, para serviços gerais e para o trabalho pesado nas estradas, incluindo as mulheres.

O país se abriu ao turismo nesta década e parece não desejar hordas de turistas. Somente turistas com guias locais tem permissão de entrada, além do pagamento da taxa diária de US$250 a US$280 por pessoa. Assim, temos a sorte de encontrar uma terra praticamente virgem sem os pecados do turismo em massa.

Os parques são protegidos e conservados pela população. Por todo lado, muitas hortas, campos de arroz, e as “farmácias” de variadas plantas medicinais, também usadas em festivais e outros rituais.

No centro de Phuentsholing, o mosteiro Zangdopalri muito rico em mandalas e significativas figuras budistas. À noite, o templo estava lotado. Por aqui, a arte de tecer é muito valorizada e os mestres são homens. Há pouco tempo, as mulheres foram iniciadas nesta arte.

O Hotel Lakhi é mais modesto com um atendimento perfeito e gentil. Os garçons, no jantar, se afastam de costas! O recinto de massagens é bem colorido, cheio de almofadas, com um cheiro gostoso de ervas; o eficiente serviço leva a gente para as nuvens dos Himalayas!

A caminho de Paro, na encruzilhada de Punakha e Phuentsholing, os rios Wong Chhu e Paro Chhu se encontram e, daqui da ponte, a dança das águas azuladas é de rara beleza. Neste ponto, outro belíssimo portal butanês.