As estrelas salpicam o céu. Com um sentimento de inquietação e prazer aguardo os passos lépidos, o sorriso largo à porta destrancada… num átimo, o calor de um abraço em rodopio apagaria o hiato infinito do desejo.
A mesa preparada com a cerveja escura na medida do seu paladar. As frutas suculentas e o cheiro de semente de papoula no pão nos envolveriam num recreio de brincadeiras de roda, de cabra-cega.
Ao som do piano, compreenderíamos ser a aceitação da acolhida a única via para amenizar a travessia neste deserto humano.
Já no ponto, a água tépida do banho para enxaguar-lhe o cheiro lá de fora, o pó das regras oficiais e a nos dissolver a couraça.
Agora, o coração pronto para tecer
os enredos perdidos
os silêncios truncados.
Para remendar os segredos
e cerzir os desencantos.
A noite, a única espectadora do diálogo dos corpos, da entrega por inteiro, da experiência nova a cada reencontro.
…depois, o inefável descanso como o da sombra de uma árvore e o gosto de um gole d’água fresca no côncavo de uma outra mão…
Foram-se as estrelas… o seu lugar… vazio.