Baseado na peça teatral Le Dieu du carnage, da dramaturga francesa Yasmina Reza, aborda as relações humanas, com todas as incongruências, grandezas, temores e hipocrisia.
A interação das pessoas se complica porque cada um se conhece pouco e tem muito medo de fazer este mergulho.
O diálogo demonstra o endeusamento que os pais fazem de seus filhos e a dificuldade em assumir a inaptidão e a incapacidade de realizar a tarefa de botar alguém no mundo.
Na relação dos casais vem à tona aspectos ocultos, frágeis e, claro, cômicos. Roman Polanski ironiza muito bem a força do celular: “o guia de nossas vidas” na fala do personagem Alan. Transpondo para o cotidiano é patético verificar na academia pessoas com um haltere na mão e o celular na outra.
O filme pontua, também, aquela história antiga e malfadada da intromissão de pais em briga de filhos com colegas; aproveitam o pretexto para, até validamente, vomitarem — literalmente — suas angústias enquanto os meninos já aproveitam o recreio no parque.
O filme se passa numa sala de visitas e a gente só se dá conta disso muito depois que sai do cinema.